Ataques à pureza e a inocência.
Wallace Requião de Mello e Silva.
Não me parece difícil entender que tudo que se movimenta tem um objetivo (um alvo, um futuro), ou seja, traça um caminho e acaba definindo ou traçando uma rota (um passado percorrido) e uma orientação (uma tendência). É a física.
Assim, mesmo uma bala perdida, tem o seu objetivo, tenha tido ou não intenção de atingi-lo quem a disparou. Como bala perdida os ataques à pureza tem um objetivo escondido. Escondem o ataque sutil às crianças.
O que me assusta, desde que me formei vinte e tantos anos atrás, é que as pessoas não queiram entender, enxergar, analisar qual é o objetivo, o "Fim Ultimo", o destino dessas balas perdidas que são os ataques feitos à pureza e a inocência.
Nelson Rodrigues, que em minha opinião era um moralista, um autor que denunciava como caricatura a miséria das paixões humanas, tecendo em seus contos um quadro que facilitava o entender como é serio e conseqüente o mundo emocional dos seres humanos.
Seus trabalhos servem como um espelho para cada um de nós, onde uma pessoa atenta pode vislumbrar, sem sofrer a conseqüência direta, mas sem estar livre das indiretas, a trágica paixão humana. Todavia, poucos tiram daqueles quadros caricatos a sua conseqüência trágica. Preferem a erótica, e com ela marcham céleres contra a infância.
O liberalismo no comportamento resulta em licença e a licença em licenciosidade. A demolição dos valores morais que refreiam as paixões humanas, e regulam a vida em sociedade, tornam os homens de tal modo cínicos, como se as paixões humanas fossem balas disparadas em uma única direção perdida, as conseqüências, querem eles fazer entender, foram acidentais. Todos dizem, não tivemos a intenção. No fim da trajetória de todo ataque à pureza e a inocência esta uma criança em carne e osso.
A criança há de se entender, é ser humano que na infância vive e incorpora a inocência e a pureza. O pansexualismo freudiano levantou duvida quanto à pureza da criança, atribuindo-lhe desejos, necessidades e valores em níveis pré-conscientes que não lhe eram inerentes, e o fez, com tal determinação e maldade, revolucionando como que se fora um maremoto destruindo, acreditem, as defesas morais que resguardam a infância.
E a luxuria humana quando aceita, se espalha cobrindo tudo em direção ao puro, elevado, humano, para rebaixá-lo ao essencialmente animal. E os animais são animais e como animais vivem.
A licenciosidade e promiscuidade do sexo livre miravam e apontavam sem saber, ou sabendo, para o alvo, querendo acertar na mosca o indesejado fruto do “amor livre”, a prole indesejada, e tem no aborto, na conseqüência fatal da bala perdida que é a violência contra a infância e a pureza, a falsa solução, ou seja, atingiam a infância inocente com a morte em nome da vida; da liberdade; do prazer e da felicidade sem limites.
Matam o direito dos inocentes, em nome da própria vida. O desvio fatal e estéril do impulso sexual provoca as perversões do objeto como a bestialidade (sexo com animais), a necrofilia (sexo e erotismo com mortos) a homossexualidade (erotismo entre pessoas do mesmo sexo) ou os desvios de tempo, como a gerontofilia (o erotismo e sexo com idosos), ou pedofilia (o erotismo e sexo praticado com infantes que quase sempre é acompanhado de homossexualismo). Na perversão somos piores que os animais brutos, como na manifestação do sadismo ou do masoquismo.
O ápice de toda ofensa à pureza e a inocência do adulto minando-lhe as resistências, acreditem, haveria de resultar nisso, na ofensa flagrante à criança que é em síntese o fruto máximo do amor e da intimidade entre seres adultos normais, heterossexuais, férteis, que partilham, na prudência, o amor e a intimidade da vida sexual. O desvio de objetivo do sexo gerado na impureza, na luxuria, no hedonismo, na irresponsabilidade, e no medo fóbico à fertilidade, sublimado agora pelo discurso da “paternidade responsável”, resultou na perversão clara, indesejável, covarde, do ataque físico e sexual ou erótico aos puros e inocentes, aos indefesos principalmente. Resultou no ataque e no abuso sexual ou erótico às crianças. Não se podia esperar outra coisa.
Na mensagem silenciosa dos símbolos, pode-se dizer que, no profundo dos oceanos onde mora a inconsciência ruíram as estruturas da vida, e com a queda provocada pelo desejo da morte eterna, quase um suicídio coletivo, elevou-se a muralha de água como se fora uma onda imensa, um Tissumani, um maremoto vindo dos mais profundos sentimentos de ódio contra a vida, manifesto agora pelo desejo cobiçoso e violador sobre as crianças. E com ele, veio morte.
Com semelhanças ou não, uma das regiões do planeta onde mais cinicamente se praticava a pedofilia, comercial e turística, sucumbiu sob as pesadas águas da morte num desejo sensual que corrompia os “brotos” da vida humana nesse planeta que chamamos Terra.
Wallace Requião de Mello e Silva.
Psicólogo.
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Há 8 anos
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