terça-feira, 28 de outubro de 2008

A Companhia Mineradora Vale do Rio Doce.

A Vale no Foco e no Eixo.

O programa “Brasil Nação”, levado ao ar pela TV Educativa do Paraná tem seus altos e baixos. Pontos altos dos últimos debates foram: o debate sobre a Companhia Vale do Rio Doce do ultimo Domingo e a questão da inadimplência de 40 milhões de brasileiros, acrescida da não inserção de outros milhões de Brasileiros no “Mercado de Credito” de um Brasil vigente num sistema capitalista formando um contingente massivo de cidadãos excluídos. Cidadãos de “Segunda Classe” incapazes de capitalizar. Escravos.
Tendo ouvido o debate sobre a reestatização da Companhia Vale do Rio Doce, notei que os debatedores estão abordando a temática fora do verdadeiro eixo e foco que é o subsolo e suas riquezas.
Embora esteja um tanto desatualizado das questões principais do debate sobre o Vale, ouso contribuir.
Todavia quando a Vale foi privatizada (96/97) trabalhei na pesquisa e elaboração de um texto de 49 paginas, que resultou no “Manifesto contra a privatização da Vale” apresentado no Congresso pelo deputado Federal Maurício Requião (PMDB-PR).
Naquela época, a questão central, era que sendo a Companhia Vale do Rio Doce uma estatal monopolista das riquezas não renováveis, ela possuía quase a totalidade dos Direitos de Lavra em solo nacional, e, portanto estava sob seu domínio quase exclusivo, o subsolo nacional e suas riquezas. Essa é a questão central, as riquezas não renováveis brasileiras, não apenas a reestatização da infra-estrutura logística da Companhia. Ninguém haveria de querer assumir uma companhia de Concessão de Pedágio sem a concessão. É a concessão o valor “real”. O desvio para a temática sobre os chamados “bens renováveis”, desvia todos os brasileiros da questão principal, o subsolo brasileiro, prenhe de riqueza não renováveis que pertence a todos os brasileiros, e só a eles, e não a todos os “ricos do Planeta”, que por elas, nada querem pagar. Tornado os bens não renováveis impedidos de uso, pelo discurso estratégico, dos bens renováveis.
Como estará hoje, eu pergunto, a questão das jazidas e dos direitos de lavra da Companhia, tendo em vista a composição ou pacto de acionistas que se pode firmar e alterar nos últimos anos? Quem detém os direitos de Lavra? Quem controla a saída dessas riquezas do país. Não basta o dispositivo constitucional, pois é obvio que o povo brasileiro não vem participando dos benefícios da exploração dessas riquezas.
Se você já assistiu ao filme-armadilha de Mark Achebar, Jennnifer Abbott & Joel Bakan, todos a serviço do grande capital globalizado, haverá de ter compreendido a “proposição” ali apresentada como uma ideologia de defesa do macro capitalista moralista, a ser absorvidas e popularizadas pelos movimentos de esquerda, que prepara o grande “Pulo do Gato” da autogestão trans-nacional, através da criação de um inimigo comum do planeta, as grandes “corporações” como a Igreja, por exemplo, os” Estados Nacionalistas”, enquanto defesa dos interesses nacionais” concluindo pela falência do Estado Regulador Nacionalista, submetido a um escopo legislativo trans-nacional de fundo ideológico de defesa ambiental global, que o fará um mero instituto administrativo de povos culturalmente globalizados, preparando, com a ilusão do combate às grandes corporações, incluindo entre elas os governos nacionais, apontando assim para uma necessidade de autogestão, que desembocará na anarquia, indicando a necessidade- solução de um forte “Governo Mundial”, regulador, imaginem de uma economia globalizada excludentes dos pobres” germe da maior tirania que o mundo já experimentou. Nesse sentido a reestatização da Companhia significa apenas o assumir a “excludência empresarial trans-nacional”, ou seja, a transferencia de ônus da Corporação, livrando seus “acionistas” das despesas e riscos, ou seja, repassarão aos cofres públicos (aos chefes de tribos e clãs), o ônus trabalhista, o ônus da recuperação ambiental, e de manutenção de infra-estrutura, o ônus da restauração da saúde, da escolarização, etc., responsabilidade altamente puníveis (no povo), ficando as riquezas, as jazidas, incluindo as fontes energéticas, e a sua comercialização sob o domínio em concessão ilimitada às companhias financeiras “privadas” que as assumiram em controle em todo o planeta nesses últimos dez anos. Essa a questão. Ao Estado, enquanto unidade gerencial do “Lixo ambiental e humano”, unidade gerencial do faminto sistema global, caberá o ônus social, aos ricos, o lucro entendido como concentração de poder e domínio, e o óbvio, o governo do Planeta.
Se você quer uma antítese a isso tudo, leia “A Origem do Estado Cristão”.

Por: Wallace Requião de Mello e Silva.

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