quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Energia em Debate

Energia em debate.
Novamente não viemos aqui ensinar técnicos. Estamos elaborando esse texto para que leigos como nós possam tomar posição diante dos fatos e construir uma base de conceitos para julgamento e formação de opinião.
Existe um erro, quando se fala de bio-combustíveis, que nos faz pensar somente na solução de combustíveis veiculares e nos esquecemos dos outros derivados do petróleo, profundamente arraigados na economia e na massa de consumo humano. Todavia a questão é bem mais ampla, e via da regra, não se debate e não se aprofunda politicamente.
Não há duvidas de que os chamados combustíveis renováveis são mais desejáveis do que aqueles não renováveis. Todavia, em 1958, um grande autor argentino, Carlos Emérito Gonzalez, escreveu um livro que deveria ser do conhecimento de todos os Brasileiros: “Energia e Soberania” (Ediciones Gure- Buenos Aires 1958). Discorrendo sobre as diversas fontes de energia esgotáveis e não esgotáveis, ao chegar às promessas que se fazia dos milagres que trariam como combustível o Urânio e o Tório, e o artificial Plutônio, ele levanta algumas questões que precisam ser analisadas por nós os brasileiros.
Do petróleo se retiram fibras sintéticas do tipo acrílico retirados do gás natural via acetileno que são atualmente base das maiorias das roupas industrializadas, como o orlon, o perlon e o nylon. As chamadas fibras sintéticas ou micro fibras.
A borracha sintética que se obtém de subprodutos do petróleo é massivamente a matéria prima da fabricação de pneus e articuladores elásticos.
Os detergentes, obtidos de base petrólea, no uso de sabões e saponáceos.
O álcool isopropílico e a acetona usada na fabricação de vernizes e inseticidas. A acetona também é base para a fabricação do Rayon (Rayol) e outros plásticos de uso massivo na indústria mundial.
O polietileno que se extrai do etileno de petróleo é um plástico de grande valor isolante (isopor) e matéria prima para plásticos de máxima importância para a indústria.
As turbinas a gás de petróleo importante na indústria naval, e na geração de energia elétrica.
É preciso, também considerar que derivados de petróleo são matérias primas ainda não substituídas, na fabricação de vidros flexíveis, cristais, lentes, impermeáveis, baquelita (cabos de panelas) sedas artificiais, rayon, etc., etc. e tal.
E continua: supondo que essas aplicações não teriam relevância diante do monumental volume de energia desprendida do material atômico, descartando por completo os combustíveis em uso, não se deve esquecer que entre os principais derivados de petróleo, estão os lubrificantes (alguns óleos vegetais já substituem os de petróleo leves), porém ate agora não apareceu um substituto para as graxas pesadas necessária para minimizar a fricção entre peças em movimento.
Na verdade o que o autor esta dizendo é que a mudança do padrão energético trará mudanças na tecnologia de muitas áreas industriais, e algumas desaparecerão. Não diz isso como um apocalipse, mas como prudente hierarquia de dados a serem considerados sempre que se propuser massivamente mudanças do padrão energético. Sempre que se discute a substituição. O uso dos bio-combustíveis, em principio, diminui o uso do petróleo, o que pode fazer com que as reservas agora existentes (no Brasil) possam durar muito mais atendendo essas outras demandas da indústria e da técnica. Ou seja, ainda assim não devemos nos desfazer das reservas de Petróleo, como querem nos fazer crer. Vocês têm outra solução renovável, então nos entreguem o óleo restante.
Wallace Requião de Mello e Silva

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