quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Segurança Alimentar.

Segurança Alimentar.

O conceito, segurança alimentar, tem sido mal compreendido. Normalmente, as pessoas, ligam esse conceito, à qualidade dos alimentos, ou ao mal que eles possam fazer a saúde, ou outras coisas do gênero. Outros ainda pensam nos pobres, e no dever que tem o Estado de socorrê-los, na fome e na miséria. Não está errado. Porém a “Segurança Alimentar” diz muito mais. Vou usar um texto bíblico para explicar melhor o que é o verdadeiro espirito da Segurança Alimentar.
Vejamos, em Gênesis 47, 13 e seguintes, leremos: “E faltou pão em todo o país, porque a fome era tão violenta que a terra do Egito e Canaan estava esgotada” (...,) (por agrotóxicos?)... Agora faço um resumo comentado do texto de Gênesis 47, que é um pouco longo. (José, como nós lemos anteriormente, em outro texto anterior, havia enchido os celeiros do Faraó). José usou todo o dinheiro do Faraó, e do povo, para comprar o trigo, do povo do Egito, e também aquilo que existia nos países vizinhos. Quando acabou o dinheiro (dinheiro virtual ou eletrônico? Dinheiro sem lastro e sem poder de compra internacional) no Egito e em Canaan, todos os egípcios vinham dizer a José: dá-nos pão, porque morremos em tua presença por falta de dinheiro. José respondeu: trazei vossos animais se não tendes dinheiro, dar-vos-eis pão em troca. E eles trouxeram muares, cavalos, ovelhas e gado, e levaram pão (pois a terra esgotada já não oferecia o que fosse suficiente para alimentar o gado. Assim, naquele ano, em troca de pão, ele recolheu todos os rebanhos do povo egipcio. Passado mais um ano, voltaram as gentes e lhe confessaram que não tendo dinheiro útil, nem o rebanho, nem pão, só lhes restava os seus corpos, a sua fome, e a sua terra. Disseram eles: E nós pereceremos diante de teus olhos, nós e nossas terras. Então eles pediram sementes, para plantar. Assim José em troca das sementes adquiriu todas as terras do Egito, pois cada egípcio vendia suas terras, em troca de sementes, premido pela fome. De um extremo ao outro do país ele reduziu a população à escravidão, aí, como se não bastasse, exigiu da colheita, oriunda das sementes (OGMT patenteadas?) que vendia, em troca das terras, um quinto. Um quinto de toda a produção. (veja a questão dos transgênicos, que não quer mais o plantio de grãos, mas de sementes, com certificado de garantia, com propriedade registrada e direitos reservados e insumos específicos).
Acredito que a leitura desse texto bíblico, não textual, mas fiel ao espirito moral da lição que nos quer dar, nos mostra que, pela alimentação, podemos dominar e submeter um povo inteiro. (ver de minha autoria “A alimentação como arma”) Essa história bíblica, em seu espirito, não é um fato do passado. É atual. A lei contra o bioterrorismo, nos EUA, , assim como as leis de proteção da produção agrícola, e do controle sobre os produtos agrícolas que entram no país, nos mostram claramente a preocupação, embora também eles, os Norte Americanos já foram dominados pelo esquema. Nós ainda não. Não plenamente. Quem se defende, o faz porque, tem consciência do ataque. Digo com isto, que a “Segurança Alimentar” é uma questão de Soberania Territorial, não apenas de redistribuição de rendas, e socorro aos pobres. É garantia de sobrevivência e integridade de um povo. O controle sobre as sementes, o pagamento do quinto, na forma de royalties, a monocultura vinculada aos interesses exógenos, e para exportação, indica que há um José do Egito, (Ver o Filme “The Corporation”) comprando a comida toda, sangrando o dinheiro do povo através de instituições bancarias, com a remessa constante e descontrolada de lucros para o exterior, mantendo baixos salários, para que, vejam vocês, não haja possibilidade de consumo interno, e assim, aos poucos, vão controlando o espaço territorial Brasileiro, que já começa a vender imensas áreas de terra aos “estrangeiros”. O que vemos é a formação pontual de um Governo Mundial, e como conseqüência, testemunharemos, nós, ou as próximas gerações, a maior escravidão que os povos já passaram. Ai, eles serão os pastores, e nós o rebanho faminto.
Existe um documento do Governo Federal, titulado Segurança Global da População, de 1996, que quase chega a dizer, nas entrelinhas, o que digo aqui, embora nunca tenha sido posto em pratica. Ele para, infelizmente, onde deveria avançar, ou seja, deveria declarar que a Segurança Alimentar é questão de Segurança Nacional. Segurança da Nação Brasileira, do seu povo unido e de seu rico território.

Wallace Requião de Mello e Silva.
Psicólogo

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