quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O timoneiro em mares difíceis.

O Timoneiro.
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A homilia de hoje, dia 7 de Agosto, me inspirou esse texto. Fala a Sagrada Escritura, sobre um momento em que a “Barca” enfrentava ventos contrários, e seus ocupantes temiam pela própria sobrevivência. Então Jesus vem andando sobre as águas, acalmando-as, e se dirige para o barco.
Tal imagem me fez pensar sobre os timoneiros. Quando, (eu me perguntei), eles mostram toda a sua perícia. Em águas calmas e ventos a favor, ou em águas revoltas e ventos contrários? Conclui que as chances são maiores, de mostrar capacidade, quando as águas são revoltas e os ventos contrários. Aí, nessa situação, o timoneiro revela sua coragem, sua confiança, seu senso de orientação ou propósito, sua liderança sobre os marujos.
Acontece que a tempestade, os ventos contrários e as águas revoltas são fenômenos transitórios. Perigosos, porém transitórios. E numa escala de transitoriedade são mais transitórios, por exemplo, do que a vida humana. Assim, tempestades são passageiras, e a perseverança nos propósitos, as perseveranças dos homens sobrevivem, em constância determinada, mais tempo do que os eventos temporais. Mesmo diante da imensidão dos oceanos, os homens tão pequeninos têm obtido, sobre o mar, vitórias homéricas. Não o fazem sozinhos, todavia. Claro está que sendo o homem criação de Deus, haverá a Providência de assisti-lo, pois a nenhuma outra criatura, Deus deu seu próprio Filho, para resgatá-los. Menos ainda do mar. Assim, Cristo vem caminhando sobre as águas, durante as tormentas da vida, acalmando-as, e pedindo, amavelmente para assumir o comando.
Pedro o apóstolo, neste mesmo episódio, vai ao seu encontro andando sobre as águas (da paz), mas Pedro duvida, e afunda na dúvida... Mas mesmo assim,... Cristo lhe estende a mão, pois a dúvida assim como as tempestades, são eventos, momentos, passageiros, e Cristo resgata Pedro da beira dos abismos.
Na política, como nos demais campos da atividade humana, há momentos difíceis, aonde alguns chegam a duvidar da possibilidade de sucesso do termino da viagem, todavia, o Timoneiro esta lá, firme em seus propósitos, navegando em ventos contrários, resistindo sabiamente ao vento, e deslizando, ao viés, sobre as águas revoltas, e consequentemente, entre altos e baixos, continua certo, seguro, consciente que mais além das nuvens se esconde, temporariamente, o Sol.
E o Norte, lá estará, sabe o Timoneiro, para orientá-lo. Os ventos contrários são “passageiros” parasitas, que se bem utilizados, ajudam a empurrar o “Barco”. E se não estiver lá, se o Norte não estiver lá, já não adiantará, nem para as águas, nem para os marinheiros, nem mesmo para os inimigos políticos, pois se o Norte não estiver onde deve estar, é chegado o dia do Juízo, e o caos se instalou irremediavelmente, para fazer brotar também irremediavelmente nos homens, o ranger dos dentes, o choro, o arrependimento tardio, o desespero dos cínicos e fazer vacilar os seus joelhos mais ousados, enquanto submergem individual ou coletivamente no Juízo.
Ter fé, perseverar no Norte escolhido, é o segredo dos grandes Timoneiros, e é a segurança da tripulação.
O Norte do Timoneiro valente e confiante é Cristo, o quadrante, o orientador, o Senhor das águas... não só delas, diga-se de passagem....não só delas diga-se aos “passageiros”,... Esses pobres parasitas homens temporais, escravos do Mundo. O Senhor é também o Senhor dos Exércitos.

Wallace Requião de Mello e Silva.

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