Presídios e prisões cheias, o que fazer? Construir novos presídios, e prisões, ou analisar o porquê de tantos crimes, tanta violência, tanto roubo? Ambas as coisas penso eu.
Se a sociedade for comparada a uma fabrica, num instante compreenderemos que, se ao final da linha de produção houver grande numero de produtos defeituosos algo esta indo mal no processo de produção. E a sociedade produz homens. Criminosos são homens que falharam nas suas relações sociais, mas eles são o produto da sociedade que os criou. Por isso, mais do que construir novos barrocões para guardar esses produtos com algum defeito (presídios) a pergunta seria: o que esta acontecendo, onde, em que momento a falha esta ocorrendo na formação dessas pessoas? Na forma inicial (na família, essa união do homem e da mulher que gera vida e lhe molda o caráter, a solidariedade, o servir e ser servido, a responsabilidade e o trabalho, que é tão atacada pela mídia, pelas leis, e pela economia, que lhes diz agora, que é ruim ter filhos que, por conseqüência já nascem rejeitados?), ou nas esteiras de montagens (escolas, igrejas, onde os princípios de convívio social vivido além da família com outros semelhantes devem ser vividos e experimentados com solidariedade, sentimento social de pertença e religiosidade (e moralidade), ou nas oficinas de acabamento (experiências iniciais de emprego e realização de algum trabalho participativo) onde se finaliza o sentido de pertencimento a uma causa social comum, onde se anula a marginalidade, onde se da competência para a manutenção da própria vida e dos familiares no futuro com perspectivas, onde se integra o individuo no cadinho da vida social participativa, onde, muito mais do que inseri-lo na produção de bens e riquezas como escravos do sistema, pois a vida é mais, é a compreensão dos ideais sociais de construção de um povo ordenado e solidário numa nação soberana, num grupo íntimo, participativo e espiritualizado (disse Martin Heidegger) do que o valor econômico da pessoa ou do seu potencial de consumo.
Postos assim os termos verão que: ou reciclamos os indivíduos defeituosos, ou os adequamos a funções alternativas para as quais não foram feitos, mas que circunstancias o levou ao crime, porém, que seus defeitos (que são mecanismo de defesa e sobrevivência) os tornam capazes de execução de missões especiais de interesse social em outras circunstancias. OS EUA já fizeram experiências mandando presidiários para a guerra. Por um momento se fixe nesta idéia de modo que eu possa pular para outro assunto concorrente.
Pois, homem, todo homem, no entanto, é ser vivo e moral, é ser livre e sua reciclagem só é possível com a conversão, (converter= tornar uma coisa em outra), ou seja, com uma auto-mudança voluntaria e radical de seus valores, atos e atitudes, algo que se consegue quase sempre com a religião e o sentimento religioso que nos é via de regra, integrador, dando sentido à vida pessoal em comunidade, dando consciência do pertencimento e identidade com um plano moral, amoroso e final (Fim Ultimo) para a nossa existência.
Cadeias cheias de homens “defeituosos” nas suas relações não é fato exclusivo da modernidade. Já na Sagrada Escritura, encontrávamos as cidades abrigo, aonde iam os condenados, os que cometiam crimes e fugiam os proscritos e rebeldes ou considerados incapazes de viver naquela sociedade. Durante a idade média, como outro exemplo, os presídios eram esvaziados com o desterro, com o envio de homens a quem se oferecia uma oportunidade de liberdade em terras estranhas, em guerras, em aventuras colonizadoras, em viagens marinhas de risco, como foi o caso dos degredados que vieram ao Brasil.
Disso se nos dá assunto para dois novos artigos, a reciclagem do homem enquanto ser moral, ou sua guarda prisional por medida de segurança, dada a inadequação ao convívio com a sociedade, ou o reaproveitamento desses indivíduos defeituosos em outras missões de interesse social, ou ainda como um texto mais aprofundado a ser escrito, sobre a questão da analise de em que pontos a sociedade humana, constituída de famílias estará gerando tanta violência rebeldia e indivíduos defeituosos e como consertá-la tornado-a menos violenta e invasiva.
No entanto para terminar esse texto, julgo interessante propor para o atual presidente, ou para o próximo, (esperamos que seja o Requião) que, se dê aos indivíduos em cárcere, que já cumpriram 30% de suas penas, e não forem reincidentes, e tiverem tido bom comportamento prisional, que se dê a eles e suas famílias, a oportunidade de habitarem cidades especiais, construídas para esse fim na Amazônia, pois que povoariam a faixa constitucional de fronteira ( esta a função social), considerada de segurança nacional (os 150 quilômetros de ária de fronteira), protegendo a Amazônia brasileira desde o Mato grosso, Rondônia, Acre, ate o Amapá. Metade do que se gasta hoje com um preso, seria repassado a ele e suas famílias, como ajuda de custo, de modo que tivessem um suporte inicial dentro de um projeto social comum, vigorando este salário, ao tempo correspondente ao total da pena. Assim essas cidades sem cadeados, que custariam mais baratas que um presídio degradante, e faria função social muito mais importante, prestariam um serviço social de segurança nacional, que é o garantir pela posse e uso o território Amazônico. Nelas, nessas cidades, o que explicarei em outro artigo, haveria, em convívio social, soldados, estudantes pesquisadores voluntários, sacerdotes, cientistas sociais, colonos, nativos e técnicos das mais diversas especialidades para estudar a sustentabilidade ambiental e econômica da região enigma e lhe garantir a posse, elevando ao mesmo tempo o nível social e econômico da região.
Voltaremos ao assunto oportunamente.
Wallace Requião de Mello e Silva.
Deus é um só!
Há 8 anos
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