As últimas teses. Ou: A Ética de Nossos Tempos.
A vida pode ser comparada a uma caminhada. Cruzamos jardins, campos, vales, mas também terras pantanosas e escorregadias, florestas e espinheiros, montanhas e precipícios, no entanto quando olhamos para trás vemos que não lembramos com exatidão de nosso passado, há mesmo períodos inteiros que não recordamos. Dormimos quase metade de nossas vidas, e sonhamos, e os sonhos são importantes para o nosso equilíbrio emocional, e não nos lembramos deles. Então enfrentamos o presente, com a síntese que nos fica, com todas as suas imperfeições, e se temos fé, nos entregamos à perfeição divina, na esperança de que ela complete na caminhada aquilo que nos escapou, que esquecemos, ou que não entendemos. Se isso é verdadeiro para os indivíduos, também é verdadeiro para a humanidade inteira, ainda que possamos alegar que a soma dos indivíduos, faz um mosaico da história ela é ainda imperfeita enquanto obra humana. Posto assim é imperfeita a história, e imperfeita a historia da filosofia e da psicologia. Agora isso muda se considerarmos a possibilidade lógica de que Deus tem conhecimento perfeito da história, consciência plena, assim Deus conhece perfeitamente o nosso passado e o nosso futuro, e, portanto, tem consciência perfeita do conhecimento filosófico, científico e religioso. Assim como o homem faz Ciência e faz Psicologia e faz Filosofia, a ciência, a filosofia e a psicologia não podem negar o homem e sua racionalidade, que o difere dos animais, e que o permite fazer a Ciência, a Filosofia e Psicologia, portanto a razão e o homem são OS criadores e mentores da ciência da filosofia e da psicologia. Mas não só os homens fazem ciência, todo ser “dotado de inteligência e vontade”, faz ciência, assim sendo Deus o Verbo, ele faz ciência, e faz filosofia, e faz psicologia, perfeitas. Ora se as ciências não podem negar o homem, o homem não pode negar a Deus que é o seu criador e mentor. Isso nos leva à pergunta qual é a finalidade da vida humana, e nos leva a indagar que finalidade tem a vida humana para Deus? Isso é lógica, ou é um silogismo sofista?
A verdade é que não houve nem haverá uma deontologia (teoria dos valores) qualquer que seja que não tenha uma idéia da divindade, seja para afirmá-la, seja para negá-la, a base da razão e da sabedoria é dar razão e sabedoria a Deus, por ser motor primeiro, fonte do homem e da razão humana. Mas se a razão é atributo humano, além da razão, Deus tem outras virtudes teologais, como fé, esperança e caridade, ora e se não podemos negar a Deus, também não podemos negar a fé, e a fé nos faz Ver, em antecipação, a revelação gradativa de Deus (sabedoria no amor) aos homens, e de maneira cabal em seu Filho Único, donde os Mandamentos objetivos desse Homem Deus, são os valores, a deontologia do mundo todo, valores ordenadores como vamos demonstrar no texto abaixo mostrando que há, houve e haverá um conjunto de valores “éticos” a nortear o passado, o presente e o futuro, respondendo de uma vez por todas a pergunta final do seu trabalho.
Podemos amar sem cumprir os Mandamentos de Deus? E podemos construir um mundo melhor sem o Amor de Deus, ou ao menos sem a cooperação dele?
Ora Luis Lopes, como podemos fazer uma tese se não temos uma antítese (anti tese), sem isso não podemos elaborar uma síntese em nossas vidas. Portanto na busca da sabedoria, que é a busca de Deus, temos que ter uma antítese de Deus, sem o que não chegamos a uma síntese.
Veja você: se nós pegamos os Mandamentos de Deus e os invertemos, nós temos uma anti-tese dos mandamentos: Por exemplo, odiarás a Deus sobre todas as coisas, como toda a sua alma e todo o seu coração, e odiaras ao próximo como ele os tem odiado; ou Matarás sem piedade; ou ainda, cobiçaras os bens alheios, seu carro, suas terras e sua mulher, e em nome dessa cobiça matarás, darão falso testemunho etc. e tal; ou pecarás contra a castidade, com todo o teu coração e com toda a tua alma; Desrespeitarás pai e mãe. Ora já vemos o mundo que estamos vivendo. O mundo da negação de Deus. Temos então a antítese, e a compreensão clara do que queremos e os mandamentos já não nos parecem apenas dependentes de um ato de fé, mas já nos parecem sabedoria e ciência social das mais profundas, então os Mandamentos tem o seu alcance na ordem social. No entanto, nos diz Santo Tomas de Aquino, na Suma Teológica, no capitulo sobre a Lei: “Toda Lei proíbe e autoriza”, ora se é assim, se a lei diz: é proibido urinar na grama, ela está implicitamente dizendo que é permitido urinar em outro lugar. Que lugares são esses? Assim a lei de Deus, Os Mandamentos de Deus, são olhados apenas pelo seu lado negativo, ou proibitivo, não se olha para os Mandamentos pelo seu lado autorizativo, e, portanto não se tem a anti-tese das proibições. Se você fizer um esforço intelectual para desenvolver as autorizações da Lei de Deus, você, meu caro Luis Lopes, estará apto para ensinar Filosofia, Psicologia e Teologia, você terá apreendido o que é o Amor de Deus. Desse modo, vemos que a Ética que se quer desenvolver para a sociedade de nossos tempos como obra exclusivamente humana é frágil, pois ela carece de antítese (anti-tese), e a Antítese do que estamos vivendo é Deus e sua promessa. Não há como negar isso.
Veja Luiz o que um Blog nos ensina, que o inicio é o passado, e o futuro é o fim. Ora é o fim do homem virar um saco de ossos como já disse alguém? Então se não há valores a defender, o que estamos esperando para odiar o próximo?
Entrevista feita ao Psicólogo Wallace Requião de Mello e Silva, (CRP 1608-8) na noite de 24 para 25 de Novembro de 2008.
Luis Alberto Lopes.
Escultor.
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