terça-feira, 20 de outubro de 2009

Sim o inconsciênte FALA.

O Inconsciente fala.
Interessante esse tema. Se a consciência é um atributo da mente humana, característica e limiar diferencial do homem racional dos animais irracionais, a racionalidade e a consciência possuem para o homem um padrão de identidade. A palavra, a fala, é uma das manifestações dessa racionalidade e consciência do ser humano. Falar é atributo racional e consciente, e há mesmo quem pense, e defenda que falar e pensar são uma só e mesma coisa. Mas há homens que não falam, e não escutam, mas são racionais. Ou seja, isso demonstra que a racionalidade tem uma fonte determinante e antecipada à fala e à audição
Um macaco se parece muito com um ser humano, mas um macaco se diferencia muito de um ser humano. Presumindo que o macaco, não tenha racionalidade, possivelmente não haverá de ter consciência. Mas um macaco se comunica. Como se comunica um macaco? Com mímica, gestos, sons, atitudes, movimentos, portando, sendo o macaco inconsciente de sua existência, o inconsciente “fala”, embora use para isso uma linguagem digamos corporal. O inconsciente nos seres vivos fala pelo corpo, pela matéria vitalizada, viva. Não só a matéria viva comunica. No homem essa comunicação entra no campo da consciência. Logo o inconsciente, a matéria, o tempo e o espaço onde o homem esta incluso é muito maior do que o foco da consciência humana. O homem enquanto ser consciente, está contido no inconsciente. Se chamarmos esse inconsciente de desconhecido, podemos dizer que o homem esta contido no desconhecido.
Freud procurou atingir esse determinismo da consciência através da Palavra, que é um atributo da consciência e da racionalidade. Dos autores que conheço o médico José Ângelo Gaiarsa foi o primeiro a me propor, que o inconsciente se comunica no homem através do gestual, do mímico, das expressões corporais. Reich, e outros já haviam assinalado o fenômeno. Mas Gaiarsa propõem que a palavra também é ato corporal, envolvendo pequenos movimentos dos músculos corporais, e da respiração. Freud continuava, analisando a “Palavra” sem olhar para o corpo deitado em um divã. Mas nem a palavra, nem a mímica, nem a genial expressão de Gaiarsa: “A Palavra tem letra e musica” expressam a natureza, a matriz da racionalidade, nem a amplidão da consciência humana, nem a suas pequenez diante do desconhecido. Ambos os psicoterapeutas, parecem prever que há uma matriz genética, uma linguagem oculta no Hardware corporal do homem, a racionalidade se reproduz, como se reproduz os indivíduos da espécie humana.
Nesse ponto entra a idéia de Deus. Não pode haver desconhecido para Deus. Não pode haver inconsciente para Deus, não pode haver impossibilidade para Deus, embora haja para a compreensão, pela mente humana, de alguns limites para Deus, por exemplo, o que ele é, e o que não é. Isto não significa que Deus tenha limites.
Então, aquele imenso desconhecido, profundo, de onde emerge a consciência, pois para os evolucionistas a consciência desenvolveu-se a partir da inconsciência, aquela inconsciência primeva, determinante d a consciência humana e individual, não é inconsciente, não é desconhecido, pois esta na consciência de Deus, que é Luz, foco pleno de consciência. Então aquelas forças ocultas, são forças que tem como origem o próprio Deus, o seu querer, o seu poder e vontade. Ou seja, o inconsciente Fala. Deus Fala. Se ao homem, a luz de Deus, a pequena racionalidade humana, é estreito foco da consciência humana, é porque não cabe ao homem a onisciência divina, a plena e imensurável consciência do divino, pois tomar consciência da relação íntima do que esta fora do campo da consciência, como o que esta no campo da consciência, seria igualar se à Consciência de Deus. Uma busca inútil, inatingível, posto que “somos criaturas”, que nos assemelhamos e somos imagem, embora, a tempo, da consciência, poder e vontade de Deus.
O Deus, por pedagogia ininvestigável, por vezes, permite a um grupo de homens ou indivíduos terem alguma experiências de consciência cósmica, porém isso, mesmo isso, nada é diante da imensidão da Luz de Deus, se assim podemos dizer. Ser como Deus, ilimitado, é uma presunção não só humana. Essa presunção é a fonte de toda a doença de presunção, toda ruptura de limites, todo o orgulho individualista, toda ausência de abandono.
A NOVA ERA tentará trazer essa falsa e nova linguagem, essa harmonização materialista, entre o claro e o escuro, entre o desejável e o execrável, entre o inconsciente e o consciente. Porque falso? Por que a perfeição não é atributo do homem. O desejo de perfeição é atributo do homem, por sermos imagem e semelhança de Deus, mas seremos sempre imagem e semelhança, portanto, a perfeição humana, esta em abandonar-se em Deus, e não em superá-lo. A perfeição humana, esta em submeter o foco de seus valores, num valor maior, pois a irracionalidade não existe. Se existe a irracionalidade, ela tem razão em existir, e se tem razão, ele não é irracional, ou seja, a aparência de racionalidade ou de irracionalidade tem como fonte única Deus Verbo, ou seja, o Verbo é a palavra que expressa ação inteligência e vontade de Deus. E Deus expressa-se, na racionalidade espiritual, e na irracionalidade carnal. Para bem demonstrar isso, o Verbo, espiritual, encarnou-se e habitou entre nós. Ou seja, desde sempre o irracional, o material esteve na consciência de Deus, mas Deus, do material, terra, moldou o homem, e lhe soprou um imaterial saber, dando-lhe luz e verbo, consciência de si, principio, e consciência de Deus na sua plenitude no Deus Encarnado.
Com o Deus Encarnado, o homem não precisa mais ficar fuçando o desconhecido, as noites, as longas noites do tempo cósmico em busca dos mistérios da determinação da vida e da consciência, isso é, um esforço de domínio e controle. Com Cristo, Verbo Encarnado, numa cabal maneira, Deus se faz pequeno, para o Homem poder olhá-lo sem procurá-lo no infinito inatingível e indevassável. Em Cristo o desconhecido Fala.
Deus Encarnado se submete à vida humana, para mostra ao homem a simplicidade de tudo, a loucura de buscas inúteis, a pedagogia da ressurreição.

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