domingo, 1 de novembro de 2009

No dia de finados, uma homenagem aos meus pais.

Eu sou um idiota. E daí?
Alguém me chamou de idiota. Nenhuma ofensa nisso. Poucas vezes vi alguém tão sensível, sábio, exato em sua definição e verdadeiro na sua conclusão como esse amigo anônimo. Eu também acho isso. O Google Analytcs também acha. Um cara que depois de três anos de trabalho, mais de mil e trezentos textos em nove blogs, conseguiu cair de 82% de taxa de rejeição para 71%, só pode ser um idiota. Um homem que trabalha duro, e estuda, para fazer de graça um Blog que é lido por muito poucos que o rejeitam é sem duvida um idiota. Que tem oportunidade de ganhar dinheiro com o Blog e a despreza, é um idiota. Um homem que persevera por uma mulher 30 anos, e no fim descobre que ele não enxergar um palmo diante do nariz, só pode ser um idiota. Mas não é isso que importa, isso é opinião alheia, o que importa é a minha opinião sobre mim, e a minha opinião é: Eu sou um Idiota, e daí?
O Idiota se sente inferiorizado, como se fora um vermezinho no comando de um grande robô, com aparência humana, pelo qual ele tem domínio imperfeito. Um boneco vazio de alma, de vida, de vitalidade, comandado por um pilotinho humilhado, que não sabe fazer com seu corpo, nem tem do espaço exterior uma interpretação correta, portanto está inabilitado para a solução de seus problemas, e às vezes não percebe os problemas, o que o torna dependente das circunstâncias. Esse vermezinho é um ator, ele imita os gestos humanos, os sentimentos humanos, mas sente o vazio de seu boneco, a distância entre ele e seu corpo. Por isso ele é chamado de ide+ota, ou seja, uma idéia, um esboço mínimo, uma mente ínfima. Perdido num corpanzil enorme e aparentemente humano.
Porém quando ele se compara ele se agiganta. É melhor que um passarinho, mais sábio que um macaco, mais forte que um elefante, mais importante que as baleias. Disse importante, pois, por nenhum desses bichinhos Jesus deu seu sangue redentor, e por esses vermezinhos prisioneiros de seus robôs, sim, seja pela aparência humana, seja em respeito ao verme que sobrevive neles, somos e fomos dignos da redenção. Isso nos agiganta.
Pense comigo, sujeito lúcido e super dotado, e acompanhe meu raciocínio idiota. Se não conseguiu vê-lo, use uma lupa, algo que torne a minha pequenez visível e minha voz audível.
Suponha que eu seja inglês. Desembarco em uma ilha habitada por gente estranha com uma língua nunca ouvida por mim. Derrepente ouço um som familiar, a língua inglesa. Isso, para mim, é como uma luz que se ascende na caverna escura de minha alma. Percebo de imediato se é um escocês ou britânico, canadense, ou estadunidense, variações sobre o mesmo tema, pois o que importa é a esperança de ser entendido, ouvido, aceito. Agora suponha que você é um idiota (Deus o livre disso) e desembarca em uma ilha de pessoas estranhas. Se houver um único idiota nela, você o reconhecerá a distância, ele brilhara diante de seus olhos, você o reconhecerá. Mas, meu amigo as línguas todas tem uma fonte comum, e em todas elas há semelhanças sonoras e escritas, portanto para um idiota, como eu, se tornara clara todas às idiotices ditas, sentidas, agidas nesse mundo dos que se consideram não idiotas. Compreende isso?
Eu gostaria de ser diferente, mas não posso livra-me de minha condição. Dos idiotas deve se esperar bem pouco, pois somos treináveis, não educáveis. Somos muitas vezes vazios de serviços afetivos para afago do ego alheio. Representamos o que podemos, sinto muito.
Você já pensou na idiotice que foi a condenação de Cristo. Crucifica-o, crucifica-o. Crime induzido, arquitetado, planejado e executado pelas mãos alheias, terceirizadas, numa sempre muito característica transferência de culpa. Não sabiam eles que o Próprio Deus vingaria seu FILHO? Que em igual medida, faria justiça pelas mãos alheias? Será que esses doutos homens, não foram capazes de perceber que o crime cometido conta Deus era infinitamente maior do que toda a perseguição sofrida desde a saída de Ur ate o "cativeiro" e o êxodo, passando pelo Holocausto, ou qualquer outro ato de justiça? Não; não é assim? Então me diga, porque tantos reveses através dos milênios, quanta dispersão de energias, quanta sede de domínio inútil.
Não seria mais “idiota” aceitar a autoria intelectual daquele crime, fazer a Mea Culpa, e reconhecer a quem e contra quem impuseram em seu orgulho de presunção? Não acabaria a maldição? Não se tornariam cristãos? Não aceitariam o fardo leve do Filho, ao invés do fardo pesado quase insuportável que impõe aos Góis? Não é esse fardo que esta despertando no mundo a revolta?
Porém, eu sei que não serei ouvido na minha pequenez. Não serei lido na minha estupidez, apenas como ator que sou, imito o gesto, cumpro o papel, sorrio o sorriso vazio e inoperante do escravo prisioneiro de si mesmo.
E se por um acaso, outro idiota, me reconheceu nestas linhas, por favor, vá ao espelho e diga: Eis ai minha natureza, a mais profunda, sou um idiota... O que fazer? Sou um idiota, e daí? A vida continua, e nós os dependentes de tudo, estendemos a mão para o Pai... Segura na Mão de Deus e vai, pois ela, ela te sustentará... Diz a canção. Não temas, segue adiante... Então: o Ancião perguntou: Quem são aqueles vestidos de Branco? Respondi, não sei, tu sabes Senhor. Ele então disse: são os que vêm da grande tribulação, lavaram suas almas no Sangue do Cordeiro.
Nós os escravos atores do corpanzil inútil, deixaremos essa prisão na terra, e possivelmente na ressurreição, preencheremos nosso Robô por inteiro, num corpo que será glorioso, vivo, ardente de amor pelo senhor Deus Visível. Já não seremos humilhados, pois na justiça ninguém haverá de querer ser mais ou menos que outro, pois seremos todos apenas e tão somente o que somos, sem cobiça ou inveja, num grande e eterno ato de louvou. E a terra será restaurada.



Nova postagem do Grupo de Estudos G 23 ( Curitiba Paraná Brazil)

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