A dialética “escondida”.
Existe uma realidade tão obvia que se nos escapa, muitas vezes, à consciência. A morte é para todos, todos os que nascem morrerão. Assim a vida tem uma dinâmica, aqui entendida como dialética, que nos diz que a morte faz parte da dinâmica da vida, portanto essa dialética é necessária e natural. Digo necessária porque a vida se renova na morte.
E como nós os homens realizamos essa dialética? Como ela se concretiza? Nós os homens morremos, ou vencido pela idade, ou pelas enfermidades, ou pelos acidentes, ou pela violência, ou pela luta em viver, defender a própria vida, valores, instituições, direitos e liberdade. Mas se na vida a morte é natural e inevitável, e muito da angustia, cobiça e violência tem justamente, como causa a sobrevivência a qualquer custo, isto nos cria uma seqüência infinda de ilusões, apegos, e escravidão. Esse ponto é que nos rouba a consciência da morte, num mecanismo de negação.
Todavia, a aceitação da morte, pura e simplesmente, altera em muito todos os valores vividos e defendidos. Alguns começam a acreditar que a vida, uma vez que é finita, deverá ser vivida com intensidade irresponsável, posto que morreremos, quer queiramos, quer não. A satisfação passa a ser então a linha mestra do viver humano, e a frustração o inimigo da vida intensa, o que sem nos determos muito, podemos compreender que como conseqüências têm violências, pois o outro nem sempre busca a satisfação que procuramos o que gera o conflito, pois um frustra o querer do outro. Se todos nós morreremos quer queiramos quer não, e a contemplação da vida, nos tem demonstrado que os que vivem, tiranizam os que viverão, ou outros viventes que os frustrarão, e que, como conseqüência, os homens vêm criando formas variadas de matar uns aos outros (Guerras, abortos, doenças criadas em laboratório, transito, drogas, etc.) nossa noção de crime, e responsabilidade diante da vida, vai se relativizando, numa dialética de valores que justificam o matar ou matar-se. Já aceitamos matar no ventre materno, e pela eutanásia os velhos, porque vemos a vida como economia, numa dialética de valores tiranizantes.
Quando observamos os animais, todos eles, vemos que vivem e morrem sem choradeiras dramas, ou aparente perda emocional com relação à morte.Isso nos mostra uma flagrante diferença entre esses seres, e nós os homens. Essa diferença tem uma ligação indissolúvel com a consciência e a razão. Houve já, quem propunha em cima disto que a razão é uma ilusão, uma emoção inútil, embora outros afirmem que a razão é a mãe de nossa existência.
A Razão nos leva a duas posições antagônicas, a existência de Deus ou sua negação. É a tal dialética. Os que negam a Deus caem em dois vértices bem claros, o materialismo capitalista e o materialismo socialista. O primeiro diante da relatividade dos valores morais, e da urgência da vida individual, acredita que tudo depende, em ordem da satisfação, do acumulo de capital e do lucro, e que esse objetivo deve imperar acima e soberano ao interesses dos próximos. O socialismo materialista, diante da relatividade dos valores morais, que seriam apenas acordos momentâneos, acha que todos os homens têm a mesma dignidade, e, portanto devem desfrutar na vida das mesmas satisfações, e para consegui-las, os homens devem garanti-los por quaisquer meios. Portanto o capitalismo e o socialismo geram violência, o que para eles é um valor menor uma vez que a morte é um valor natural.
Os que crêem em Deus, se apegam na permanência da vida espiritual, embora também se dividam em dois grupos, os que crêem que Deus tem valores, e os que crêem que os homens fazem os valores para Deus. Os primeiros acreditam na revelação, ou seja, que Deus não pode ser encontrado pelos homens, mas que esse pode revelar-se aos homens. Os segundos imaginam Deus inacessível, ininvestigável, irrevelável, portanto os valores morais são obras humanas e nada tem a ver coma sobrevida espiritual da alma humana. Assim temos as noções de destino, carma, reencarnação, onde o vivido, bem ou mal, evolui para algo maior, mais perfeito. Os primeiros se dividem em dois grupos, Deus tem valores, diz o primeiro, mas se revela aos poucos aos homens, segundo os desígnios dos homens, essa revelação se faz por meio dos homens, qualquer homem escolhido por Deus. Ora não é difícil perceber certa fragilidade nisso, pois difere em muito pouco do materialismo, o homem constrói os valores.
O segundo grupo, percebeu que Deus se Revela ao Homem, mas que a Vontade e Inteligência de Deus ( O Verbo) poderia se encarnar acabando de vez coma a relatividade dos valores, então Deus se tornaria investigável, visível, audível, tocável, aos mesmo tempo que nos fala da sobrevida espiritual do homem também nos fala de um tipo de vida desejável, e uma conseqüência espiritual futura, a presença de Deus, ou sua ausência, dependendo da escolha do homem. Ou seja, o homem viveria um materialismo espiritual (uma vida eterna sem Deus), ou o homem viveria um espiritualismo espiritual (uma vida eterna com Deus.). Ou seja, para quem crê e ou conheceu ao Verbo Encarnado, em Jesus Cristo, percebeu, na sua morte e ressurreição, que Deus é Deus dos Vivos e dos mortos, ou seja, abre-se a possibilidade que os valores morais sejam para essa e outra vida, ou seja, seja eterno como Deus é Eterno.
Desse modo leremos em Romanos 14,7s: Nenhum de nós vive para si e ninguém morre para si. Se vivemos, vivemos para o Senhor; se morremos, morremos para o Senhor. Quer vivamos quer morramos pertencemos ao Senhor. Para isso é que morreu Cristo e retomou a vida, pra ser Senhor tanto de mortos como de vivos (...). Todos temos que comparecer diante do tribunal de Deus. Porque está escrito. Diante de mim se dobrará todo joelho e toda língua dará Gloria a Deus (Isaias).
Ora diante da morte, dessa aterrorizante realidade, não seremos como os animais, inocentes. Seremos colocados diante das evidências da vida espiritual, e o desejo ou não de Deus.
Nova postagem do Grupo de Estudos G 23 ( Curitiba Paraná Brazil)
Deus é um só!
Há 8 anos
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